domingo, 27 de maio de 2012

Entrevista à Doutora Maria de Fátima Figueiredo





Equipa do DTS (Desperta do Teu Sono)  
Câmara: José Goris
Apresentaçao: José Manuel Barbosa

Os passados 5 e 6 de Junho deste ano celebramos em Pitões das Júnias (Montalegre-Portugal) como é sabido, as Jornadas das Letras Galego-Portuguesas. Tivemos a grande sorte de estarmos com pessoas comprometidas com a Galiza, com Portugal e com o mundo lusófono e céltico, esses dous mundos dos quais a Galiza faz parte por direito próprio e por matriz. O recital, a estadia na casa do Padre Fontes e as paletras na sala da Junta da Freguesia de Pitões ficaram na nossa memória com muito prazer e com muita vontade de repetirmos mais outra vez o ano que bem. Tudo isto ficou dito e ficou na rede, como uma gravação na pedra com letras inscritas para perdurarem no tempo, como se forem algum dos nossos petróglifos que desde o Calcolítico estão aí para nos lembrarem que somos o que somos, e somos de quem somos.

As pessoas que tivemos connosco para que os ecos da nossa etnogénese flutuassem no ar foram a Doutora Maria de Fátima Santos Duarte FigueiredoDavid Outeiro Fernandes e a Professora Doutora Blanca Garcia Fernández-Albalat . Eles falaram e ensinaram-nos desde o seu saber e desde o seu amor a esta terra granítica que nos pariu; eles desfrutaram connosco da beleza sem igual dessa aldeia da montanha barrosã num fim de semana memorável e lindo. Os temas foram vários, mas tivemos também a honra e a sorte de podermos conversar  em entrevista concedidas para este blogue com cada um/a delxs sobre todo aquilo que nos mobiliza...assim a apreendizagem foi acrescentada.

Nas próximas semanas teremos connosco a entrevista com o nosso querido e popular Padre António Lourenço Fontes, feita a sexta-feira dia 13 de Abril; teremos posteriormente a entrevista a  Blanca G. Fernández-Albalat, autoridade no que diz respeito ao mundo celto-galaico, valente nas suas opiniões e insubmissa a respeito do pensamento plano anti-celtista fornecido pelas Universidades. Finalmente incluiremos a entrevista a uma promessa de futuro, a um grande em potência: ao nosso amigo e jovem David  Outeiro que tem colaborado connosco neste “DTS” e a que lhe devemos muito do nosso sucesso.


      A dia de hoje temos a primeira entrevista. Também a primeira palestrante das Jornadas. Ela é a Doutora Maria de Fátima Figueiredo. Mora e ministra aulas de Língua em Santarém e é uma pessoa que leva a Galiza no coração e as origens do seu Portugal amado. A sua ligação à Galiza vem-lhe de muito cedo e acredita na ideia de que como portuguesa e descendente de galegos há uma responsabilidade moral por parte de Portugal de recuperar a memória histórica, ancestral, originária e galaica no ensino, na formação e no (in)consciênte coletivo dos portugueses e portuguesas tanto no que diz respeito do conhecimento da História da Galiza como do vínculo linguístico comum. A entrevista foi feita na Sala que a Junta da Freguesia nos deixou para as Jornadas. Graças ao seu apoio isto foi possível. Obrigado.





sábado, 19 de maio de 2012

Pequena crónica-percurso



Por Francisco Varela
Tínhamos, por volta de 20 pessoas um encontro programado para celebrarmos, nos dias 5 e 6 de maio, as 1 Jornadas das Letras Galegoportuguesas. Foi desde o momento que soube da iniciativa, que a ansia invadiu o meu pensamento. Imaginava o irmanamento galaico do Norte com o Sul, do Sul com o Norte, o 'reencontro' da Galiza com a Galiza, imaginava o quebramento do silêncio intencionado e malvado, que desde os centros peninsulares de poder mantêm para submeter, a um povo, à ignorância da sua história e da sua verdade, para manter um mesmo país dividido secularmente pola metade.
Mas, o dia chegou, finalmente, e o encontro teve lugar e hora; foi em Mourilhe (uma freguesia de Montalegre) às 12:30 horas. O entorno de interior, montanhoso, achei-o insuperável, mesmo tocando a raia, essa artificial, que tanto dano nos leva feito; de um lado da serra, a norte, a Galiza que um dia renunciou a um futuro próprio, e que hoje anseia alcançar, e deste outro lado, a Galiza também, mas a Galiza sucedida e livre das fauces do colonialismo castelhano, a Galiza, que em dada altura da história, esqueceu o seu passado, e que hoje, quer recuperar.
Encontramo-nos então, no exterior da casa rural do grande estudioso da nossa história, costumes e cultura, o Padre Fontes, foi lá o primeiro contato que tanto esperei, do Norte com o Sul.


Após apresentarmo-nos, estreitarmo-nos as mãos, e cruzarmos umas palavras cheias de formoso colorido fonético, fomos convidados a passar ao interior. Foi ali, ao pé da lareira que já aquecia o nosso espirito celta, que o Barbosa, com amabilidade, apresentou o pessoal ao Padre Fontes.
Após a apresentação, fomos fazer um percurso polo interior da casa, da mão do Padre, que nos explicou a história de todos os tesouros históricos que ele, com carinho e sabedoria foi e vai classificando a modo de museu etnográfico.
Por volta das 14:00h tocou jantar, ou almoço (como o dizem de Ginzo para Sul): bacalhau ou carne a escolher, vinho da região e convívio afetuoso. Comimos sobremesa e batimos papo para, a continuação, o Padre Fontes dar-nos o seu mais sincero agradecimento por nos termos chegado e juntado ali, com o intuito de nos irmanar e aprofundar no conhecimento das nossas raízes celtas e encorajar-nos a continuar com iniciativas do tipo. Houve brinde e aplausos.
Vinha em breve a hora de achegarmos os nossos corações com recitais poéticos, a hora do conhecimento e a aprendizagem com palestras sobre a realidade celta da Gallaecia em Pitões das Júnias, e foi, por volta das 16:30h que saímos caminho da Junta de Freguesia. Assistimos ali os poemas e vídeo-poemas tão lindos que recitaram Rosa Martínez, Cruz Martínez, Nolim Gonçales, Ro Palomera, Barbosa, e Nel Gonçales (filho do amigo Nolim). Foi, com certeza um momento emotivo, de reivindicação, de protesto.
Nas palestras aprendimos da mão de Fátima Figueiredo, como a literatura medieval galegoportuguesa liga diretamente com a tradição celta por meio das cantigas.
Após a palestra, saímos para conhecermos os segredos das ruas de Pitões, aldeia que nos transporta a tempos nos que a humanidade, o trabalho e a festa ião de mãos dadas, a tempos nos que a pesar do hermético da fronteira transgalaica o povo de um lado e do outro da raia, fazia o impossível por penetrar e trespassar.
Já às 20:00h juntamo-nos na Taberna Terra Celta para usufruir do convívio e da irmandade ao redor duma boa ceia e boas conversas.
No dia 6, após o descanso necessário para repousar e assentar tantas lindas sensações e tão interessantes conhecimentos, reunimo-nos de novo na Junta de Freguesia para assistir à palestra de David Outeiro. Ele falou-nos e ensinou-nos sobre a pervivência das divindades celtas na mitologia e hagiografia galegas. Apreendimos também da mão de Blanca Garcia Fernández-Albalat, como ainda hoje, continua vivo na tradição galega, a soberania indo-europeia, celta e galaicoportuguesa.
Por volta das 13:00h e depois da intervenção (de agradecimento e encorajamento para continuarmos à frente em próximas datas com a iniciativa de reencontro e reconhecimento galaico) do Presidente da Junta de Freguesia de Pitões, o senhor António Azevedo “Ferreirinha”, como não podia ser doutra maneira, juntamo-nos de redor de uma mesa bem celta; equipada de boa jantarada, bom vinho e muito bom convívio, mas ao tempo, vendo já com grande pesar, que o final desta deliciosa e frutuosa experiência, aos poucos, ia chegando.
Depois da comida, da troca de impressões, experiências e entranhamento, de amizade fraterna com os companheiros e companheiras, saímos de visita turística polos arredores de Pitões, indo a conhecer a famosa 'Cascata' e o lindo Mosteiro de santa Maria, todo, num entorno natural e verdeceste que me deixou impressionado.
Após a visita, dirigimo-nos de volta, a aldeia de Pitões. Já ali, a despedida virou incontornável, mas que, longe de ser um adeus, foi um fraterno e saudoso, ATÉ JÁ IRMÃOS!



terça-feira, 8 de maio de 2012

Obrigado!







Por:  Dts Editores

O DTS, um dos organizadores do evento “Jornadas das Letras Galego-Portuguesas” quer agradecer à Câmara Municipal de Montalegre e à Junta de Freguesía de Pitões das Júnias todas as atenções, o seu carinho e amizade, assim como a difussão das Jornadas.

Agradecemos igualmente ao Padre Fontes a sua hospitalidade, a sua amabilidade e o acolhimento e o calor com o que fomos tratados num jantar de irmandade cálido e inigualável.

Queremos nomear e agradecer especialmente ao Presidente da Junta da Freguesia de Pitões das Júnias António Gregório Azevedo Dias, à Secretária Lúcia Araujo Jorge e ao Tesoureiro António Manuel Cascais Fernandes, a sua ajuda, disposiçaõ e amizade.
Um agradecimento especial para os amigos da Taberna Terra Celta e especialmente para a Margarida e a Ana. Desfrutamos imenso com o seu carinho e os seus ricos pratos.


À TV do Barroso representados pelos amigos João Xavier e a Zidélia Pires, à Rádio Montalegre e a todos os meios de Comunicação ali presentes que cobriram a notícia. Ao PGL, à AGLP, ao IGEC, a AELG...,  por difundir a notícia e a todos os que colaboraram na organização do evento... e a todos os assistentes pela sua presença e colaboração.

Aguardamos poder estar novamente todos juntos numa nova edição das Jornadas da Língua (Convívio galego-português) com novos temas e com novas pessoas.

Graças a eles foi tudo um sucesso que nos fazem pensar numa próxima vez.

Obrigado. 

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Na reta final...

                                                       


Por: Dts Editores

     Achamo-nos na reta final. Faltando só um dia para as Jornadas das Letras Galego-Portuguesas, as quais se vão levar a cabo os dias 5 e 6 de maio em alguns dos lugares mais emblemáticos do Concelho de Montalegre, ainda é que nos chegam mensagens de partilha e de colaboração, quando não manifestações de ânimo e apoio explícito.

    Vamos começar o sábado dia 5 reunindo-nos no Hotel Rural "A Nossa Senhora dos Remédios" de Mourilhe (Casa do Padre Fontes) por volta das 12:00 horas em horário português (e aquele horário que deveria, por razões evidentes, ser também galego) onde vamos inaugurar a jornada partilhando jantar (almoço para muitos portugueses...) entre todos os assistentes. O distintivo deste convívio será dado por um recital de poesia no que os mesmos convidados às Jornadas partilharão os seus poemas inéditos e próprios com o conjunto dos assistentes. Também pode ser que as leituras de poemas, em vez de serem próprios e inéditos incluam os escritos dalgum clássico galego, português ou em geral de qualquer autor das nossas letras, estas que viajam mares e continentes e que fazem de nós uma comunidade humana com personalidade própria, numa língua que é a quinta da humanidade e visualizada como uma das mais importantes do mundo para aqueles que mesmo não a falam.

      Posteriormentte, cerca das 16:00 horas vamos nos deslocarmos para Pitões das Júnias para começarmos as palestras na aula que a Junta da Freguesia nos cedeu para ouvirmos a quatro pessoas, queridas e admiradas, que nos vão falar daquelas raízes celtas que nos alimentam e nos dão razão de ser e existir como galaicos que somos, dum ou doutro lado da raia. O nosso Padre Fontes, a nossa amiga Fátima Figueiredo, o prometedor David Outeiro e a grande Blanca G. Fernández-Albalat vão lembrar a próprios e a estranhos que um sangue corre pelas nossas veias, um sangue quente e vermelho que bota chispas quando a palavra "celta" soa no ar; esse sangue, que como nos dizia a cantiga de Cabanilhas, nos dá direito à livre e honrada chouça; esse sangue vertido na batalha do Douro e no Medúlio contra o imperialismo mediterrânico; esse sangue que faz de nós um único povo apesar de raias e de impérios; esse sangue que nos une e que nos vai fazer rir, comer e ouvir-nos nuns dos lugares mais lindos da velha Gallaecia; nuns lugares frios de clima mas aquecido por uma gente valorosa e corajuda: Mourilhe e Pitões.

     Para conhecermos os pormenores, convidamos ao leitor para dar uma nova vista de olhos ao programa (click)

     Agradecemos a todas as pessoas inscritas para participarem, pois ainda nestes tempos de dificuldades, vemos como a gente continua a se interessar pela cultura, as letras, o convívio entre irmãos e mesmo pelas raízes e pela ancestralidade comum. Obrigadíssimos ao Padre Fontes, o nosso druída, porque foi pé e origem de tudo isto; obrigados ao amigo António Ferreirinha que nos abriu as portas do Concelho e da Câmara Municipal de Montalegre à qual também agradecemos imenso; obrigados ao nosso amigo Cascais pela sua disposição, amabilidade, hospitalidade e o seu calmo e eterno sorriso; obrigados à Margarida e à Ana da Taberna Celta.... Obrigados a todos e a todas. Sois gente linda, como essa terra barrosã limpa e sã que nos acolhe. 

     Ficamos contentes de pensar que aquilo que nasceu como um sonho de irmandade se vai transformando lentamente com o trabalho constante dos organizadores e o entusiasmo dos participantes numa realidade tangível.